João Carlos M. Madail

"Economia" na zona do euro em estagnação

Por João Carlos M. Madail
Conselheiro do Corecon RS e diretor da ACP
[email protected]

O sonho da criação de uma união econômica e monetária na Europa ocorreu no final da década de 1960. O objetivo era coordenar as políticas econômicas e orçamentais, ou seja, uma política monetária comum e uma moeda comum, o euro. Em primeiro de janeiro de 1999, o sonho foi realizado e o euro foi introduzido nos estados membros, que reuniam os critérios necessários para adotar a nova moeda. De início, as taxas de câmbio dos países participantes foram fixadas e estava implantada a política monetária comum. Fazem parte da zona do euro hoje: Alemanha, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Estônia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal, Grécia e Espanha. Alguns países que fazem parte da União Europeia decidiram não adotar a moeda única, a exemplo de Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Bulgária, Croácia, Republica Checa, Hungria, Polônia e Romênia.

No inicio, valendo-se da estabilidade econômica mundial, o euro oferecia muitas vantagens aos cidadãos, as empresas e as economias dos países participantes do grupo. Os preços eram comparados entre os países com certa estabilidade, os mercados financeiros se tornaram mais integrados e mais eficientes, sinalizando com maior influência na economia mundial, um sinal concreto da identidade Europeia. A estabilidade do euro proporcionou as empresas de todo mundo realizar trocas comerciais com a Europa, concordando com os preços em euros, o que permitia que as empresas europeias não tivessem preocupações com a variação das taxas de câmbio e do custo da conversão do euro com outras moedas. A princípio os países do euro, estavam convictos da estabilidade econômica na área, certos que não sofreriam perturbações econômicas externas, ou seja, subidas do preço do petróleo no âmbito mundial ou turbulências nos mercados de câmbio mundiais.

Eis que surge a guerra entre países próximos e parceiros econômicos; Rússia e Ucrânia. A Rússia exporta para a União Europeia combustível mineral (57,8% do total), metais comuns (11,8% do total), produtos químicos (5,1% do total) e a madeira e cortiça (2,7% do total), e o principal; gás natural que a Rússia exporta para a Europa via Ucrânia. O corte parcial do fornecimento de gás russo já está afetando o crescimento europeu, podendo o corte total ser consideravelmente mais grave. Com isso a economia Europeia começa a enfrentar um grave retrocesso tendo em conta as ligações comerciais, de investimento e financeira com os países em conflito.

Na prática, os preços muito altos da energia estão reduzindo o poder de compra e a renda das pessoas e os gargalos de oferta diminuindo ainda mais, impactam negativamente a atividade econômica. Em consequência o BCE, Banco Central Europeu aumentou as projeções para a inflação da zona do euro este ano (de 6,8% para 8,1%) no próximo ano (de 3,5% para 5,5%, projetando para 2024, inflação de 2,3%. Portanto o cenário econômico europeu é nebuloso, já que o BCE projeta que a economia da zona do euro entrará em um cenário de estagnação no final de 2022 e no primeiro trimestre de 2023. Segundo comunicação oficial do Banco, a decisão de subir juros em 75 pontos-base a autoridade monetária elevou a previsão de crescimento do PIB, Produto Interno Bruto da região em 2022, de 2,8% a 3,1%, mas cortou as estimativas de 2023 (de 2,1% a 0,9%) e de 2024 (de 2,1% a 1,9%). Ainda sem uma definição sobre o encerramento definitivo da guerra, as previsões da economia mundial são nebulosas, visto que num cenário globalizado, em que as dependências de trocas são cada vez mais necessárias, qualquer inconsistência compromete. Como resultado, o euro que já foi bastante valorizado em relação ao dólar, com a preocupação de uma possível recessão na economia Europeia, está sendo negociado em valores iguais.

Conselheiro do Corecon RS e diretor da ACP
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O sonho da criação de uma união econômica e monetária na Europa ocorreu no final da década de 1960. O objetivo era coordenar as políticas econômicas e orçamentais, ou seja, uma política monetária comum e uma moeda comum, o euro. Em primeiro de janeiro de 1999, o sonho foi realizado e o euro foi introduzido nos estados membros, que reuniam os critérios necessários para adotar a nova moeda. De início, as taxas de câmbio dos países participantes foram fixadas e estava implantada a política monetária comum. Fazem parte da zona do euro hoje: Alemanha, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Estônia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal, Grécia e Espanha. Alguns países que fazem parte da União Europeia decidiram não adotar a moeda única, a exemplo de Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Bulgária, Croácia, Republica Checa, Hungria, Polônia e Romênia.

No inicio, valendo-se da estabilidade econômica mundial, o euro oferecia muitas vantagens aos cidadãos, as empresas e as economias dos países participantes do grupo. Os preços eram comparados entre os países com certa estabilidade, os mercados financeiros se tornaram mais integrados e mais eficientes, sinalizando com maior influência na economia mundial, um sinal concreto da identidade Europeia. A estabilidade do euro proporcionou as empresas de todo mundo realizar trocas comerciais com a Europa, concordando com os preços em euros, o que permitia que as empresas europeias não tivessem preocupações com a variação das taxas de câmbio e do custo da conversão do euro com outras moedas. A princípio os países do euro, estavam convictos da estabilidade econômica na área, certos que não sofreriam perturbações econômicas externas, ou seja, subidas do preço do petróleo no âmbito mundial ou turbulências nos mercados de câmbio mundiais.

Eis que surge a guerra entre países próximos e parceiros econômicos; Rússia e Ucrânia. A Rússia exporta para a União Europeia combustível mineral (57,8% do total), metais comuns (11,8% do total), produtos químicos (5,1% do total) e a madeira e cortiça (2,7% do total), e o principal; gás natural que a Rússia exporta para a Europa via Ucrânia. O corte parcial do fornecimento de gás russo já está afetando o crescimento europeu, podendo o corte total ser consideravelmente mais grave. Com isso a economia Europeia começa a enfrentar um grave retrocesso tendo em conta as ligações comerciais, de investimento e financeira com os países em conflito.

Na prática, os preços muito altos da energia estão reduzindo o poder de compra e a renda das pessoas e os gargalos de oferta diminuindo ainda mais, impactam negativamente a atividade econômica. Em consequência o BCE, Banco Central Europeu aumentou as projeções para a inflação da zona do euro este ano (de 6,8% para 8,1%) no próximo ano (de 3,5% para 5,5%, projetando para 2024, inflação de 2,3%. Portanto o cenário econômico europeu é nebuloso, já que o BCE projeta que a economia da zona do euro entrará em um cenário de estagnação no final de 2022 e no primeiro trimestre de 2023. Segundo comunicação oficial do Banco, a decisão de subir juros em 75 pontos-base a autoridade monetária elevou a previsão de crescimento do PIB, Produto Interno Bruto da região em 2022, de 2,8% a 3,1%, mas cortou as estimativas de 2023 (de 2,1% a 0,9%) e de 2024 (de 2,1% a 1,9%). Ainda sem uma definição sobre o encerramento definitivo da guerra, as previsões da economia mundial são nebulosas, visto que num cenário globalizado, em que as dependências de trocas são cada vez mais necessárias, qualquer inconsistência compromete. Como resultado, o euro que já foi bastante valorizado em relação ao dólar, com a preocupação de uma possível recessão na economia Europeia, está sendo negociado em valores iguais.

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